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Pessoa Física

Como o dinheiro físico pode ajudar na educação financeira das crianças?

Por João Victorino

Sabemos que o dinheiro físico está sendo cada vez menos utilizado pela população brasileira em
geral, principalmente diante da facilidade, da rapidez e da segurança dos meios digitais, que tornam
o dia a dia das pessoas mais prático.

No entanto, a nota e a moeda não deixam de ter o seu valor, e não me refiro só no sentido literal,
pois elas também possuem um imenso valor para iniciar a educação financeira das crianças.

É claro que antes de fazermos essa iniciação precisamos avaliar a idade e, principalmente a
maturidade da criança, para termos certeza de que consegue entender algumas situações.

Não é recomendado dar dinheiro ou cartão para os pequenos que ainda não estão prontos para isso,
porém, para aqueles que já conseguem ter um discernimento melhor, o dinheiro físico pode ser um
grande aliado nesse processo, já que é algo palpável.

Por exemplo, se você der uma nota de 50 reais para seu filho ir à padaria comprar alguns pãezinhos e
retornar com o troco, será muito mais fácil que ele perceba o quanto foi gasto e o quanto ficou
sobrando, pois conseguirá visualizar totalmente o dinheiro.

Além disso, é bem provável que guarde na memória as notas que possui e que estarão disponíveis
para uso em uma próxima oportunidade.

Com o cartão – de crédito ou débito – e o Pix (que depende de um aparelho celular), essa percepção
imediata é quase inviável.

É claro que podemos visualizar o saldo total e saber a quantia que saiu a partir de determinada
compra, mas conforme vamos comprando sem conferir, chega um momento que já não se sabe o
total dos gastos a longo prazo, pois é mais difícil manter um controle e eventualmente uma
compreensão plena do cenário.

O fato é que além de sempre buscarem utilizar uma linguagem acessível para as crianças, os pais e os
responsáveis também podem promover a educação financeira de forma lúdica, por meio de
brincadeiras e jogos diversos. Inclusive, o primeiro jogo que me vem à cabeça é o clássico Banco
Imobiliário, pois quando eu brincava, adorava conseguir comprar o máximo de hoteizinhos que
conseguisse.

O Banco Imobiliário tradicional, com notas físicas, é uma oportunidade divertida para que as crianças
tenham acesso ao dinheiro, façam contas e compras, cuidem da quantia que possuem, sem ter que
lidar com o dinheiro de verdade.

Hoje em dia, o mais comum é o Banco Imobiliário com maquininha e cartão de crédito, mas que
perde um pouco a graça diante da proposta. Se optar por jogar com as cédulas, você terá uma rara
oportunidade de ver o rostinho dos pequenos se iluminar quando verem o acúmulo de notas nas
mãos.

Outro ponto positivo do uso do dinheiro físico é a possibilidade de ensinar, de forma concreta,
conceitos como troco, limite, prioridade e até mesmo planejamento.

Se a criança recebe uma quantia semanal para comprar o lanche da escola, por exemplo, ela aprende
que, ao gastar tudo em um único dia, ficará sem dinheiro para os dias seguintes. Essa vivência direta
e visual, com as notas diminuindo ao longo dos dias, ajuda a desenvolver a noção de escassez e a
importância de fazer escolhas.

Além disso, o dinheiro físico facilita a introdução de três potinhos ou envelopes – uma técnica clássica
de organização financeira adaptada para os pequenos: um para gastar agora, outro para guardar e
um terceiro para doar.

Essa simples divisão ensina, desde cedo, que o dinheiro não é apenas para consumo imediato e
também pode ser economizado para algo maior ou usado para ajudar outras pessoas.

Dica: prefira potinhos de vidro ou plástico transparente, pois ver o dinheiro acumulando é uma
poderosa ferramenta de reforço para o investidor iniciante continuar no caminho. Infelizmente a
digitalização roubou esse momento das pessoas.

Vale lembrar que isso não significa criar uma aversão ao mundo digital. Pelo contrário, pois o ideal é
que a criança, ao crescer, consiga transitar entre os dois universos com consciência. Mas começar
pelo tangível pode ser mais eficaz para construir uma base mais robusta de compreensão.

Aqui estão 5 dicas para aplicar no dia a dia:

  1. Dê mesadas ou semanadas em espécie e acompanhe junto com a criança os gastos.
  2. Crie metas simples com recompensas: “Se economizar R$ 5 essa semana, podemos usar esse valor
    para completar a compra daquele brinquedo que você quer.”
  3. Use cofrinhos transparentes para que a criança veja o dinheiro “crescendo”.
  4. Converse sobre os preços dos produtos, mostre etiquetas e faça comparações juntos.
  5. Estimule a criança a participar do mercado, da feira ou da padaria, incentivando-a a fazer
    pequenas compras com orientação.

A educação financeira na infância é uma semente poderosa. E o dinheiro físico pode ser o primeiro
instrumento dessa aprendizagem.

Cabe a nós, adultos, aproveitar as oportunidades do cotidiano para ensinar com carinho, paciência e,
sempre que possível, com um toque de diversão.

Afinal, entender de dinheiro é entender sobre escolhas – e quanto mais cedo essa consciência for
construída, maiores as chances de termos adultos mais responsáveis, seguros e livres
financeiramente.

*João Victorino é administrador de empresas, professor de MBA do Ibmec e educador financeiro.
Com uma carreira bem-sucedida, busca contribuir para que as pessoas melhorem suas finanças e
prosperem em seus projetos e carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com
conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

Fonte: Sindcont-SP

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